As atrocidades do canibalismo humano
Matéria de minha autoria publicada em 31 de agosto de 2016 no site da Obvious Mag.
Link direto: http://obviousmag.org/graziele_lima/2016/as-atrocidades-do-canibalismo-humano.html
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Canibalismo é o ato de se alimentar de um ser da própria espécie. No reino animal, é uma prática comum e fácil de aceitar. Mas e quando a prática é entre humanos? Houve um tempo em que isso fazia parte do dia-a-dia de muitos povos.
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Nos dias em que vivemos, o canibalismo humano, também chamado de antropofagia, é um ato inaceitável. Nos causa estranhamento imaginar que pessoas já se alimentaram de outras pessoas. Mas nem sempre a prática foi um tabu. Ela era, inclusive, um hábito para muitos povos. Os colonizadores europeus deixaram relatos datados das Grandes Navegações, nos séculos XV e XVI, de povos que consumiam naturalmente carne humana. Africanos e americanos estavam no topo da lista.
As primeiras ossadas humanas encontradas na Espanha, há 800 mil anos, já apresentavam indícios de que o canibalismo era um ato presente, pois tinham marcas de decapitação e fraturas que foram provocadas por outros humanos, segundo a pesquisadora francesa do Centro Nacional de Pesquisa Científica, Marylène Patou-Mathis, em matéria do portal UOL. Os povos celtas encaravam o canibalismo como uma estratégia de guerra. Eles ingeriam seus inimigos acreditando que assim adquiririam a força e a inteligência deles. Os astecas também tinham essa prática com seus prisioneiros de guerra (e arrancavam o coração do inimigo ainda vivo). No Brasil, acontecia algo parecido: os índios Tupinambás também comiam a carne de seus inimigos, pelos mesmos motivos e os da tribo Pacura, que habitavam a Amazônia, até preparavam uma dieta para engordar seus prisioneiros antes de comê-los. Casos isolados de canibalismo Existem muitas notícias sobre canibais humanos, que em sua grande maioria são serial killers. O alemão Armin Meiwes é um dos casos mais citados no assunto: ele usou a internet, em 2001, para procurar um humano, de 18 a 30 anos, para comer. O inesperado aconteceu, o anúncio foi respondido por um jovem chamado Bernd Jurgen Armando, que aceitou ser morto para tal feito. Ele foi cortado por Meiwes ainda vivo e ajudou o assassino no preparativo de um prato, onde o ingrediente principal era seu próprio pênis. Só quando Brandes perdeu a consciência que Armin o matou. O serial killer mais famoso da Venezuela, José Dorángel Vargas Gómez, assassinava e comia os restos mortais de suas vítimas. Ele descartava cabeças, pés e mãos. Foi encontrado com restos de carne humana em seu rancho e admitiu ter assassinado e se alimentado de corpos de pelo menos dez pessoas. Outro serial killer, dessa vez da Ucrânia, é Andrei Chikatilo, que assassinou mais de 50 pessoas e comeu-as. Foi preso pela polícia russa e executado em fevereiro de 1994. Em São Luís, no Maranhão, no ano de 2013, um desentendimento entre integrantes de facções resultou em um prisioneiro morto e esquartejado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. O fígado dele foi assado e comido pelos outros condenados. Em 2011, outro caso aconteceu em Castanheiras, Roraima. Ismael Costa Vaz e Marcelino Alves dos Santos assassinaram Natanael Matoso e misturaram um rim no recheio de um pastel. Em Garanhuns, Pernambuco, Jorge Beltrão Negromonte Silveira, sua esposa Isabel Cristina Pires Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, mataram 8 mulheres e comeram seus corpos durante rituais. Cena do filme "Vivos", que retrata a tragédia dos Andes, onde sobreviventes foram obrigados a praticar canibalismo. Mas claro que nem sempre o consumo de carne humana foi por questão cultural. Muitas vezes, casos de antropofagia ocorreram por sobrevivência. A queda do avião Fairchild F-227, em 1972, na Cordilheira dos Andes, por exemplo, obrigou os sobreviventes a se alimentarem dos que morreram, como bem retratado no filme "Vivos", de 1993. Comer carne humana foi a única saída para se manterem vivos no frio durante os 72 dias que passaram sem resgate. Na Coréia do Norte, por causa da escassez de alimentos, muitas pessoas acabam se alimentando de corpos humanos, inclusive de seus próprios familiares. Um homem assassinou seus dois filhos para comer por não aguentar mais a fome, conforme relatos do Asia Press. Outro homem chegou a desenterrar o corpo do próprio neto para se alimentar. Na Ucrânia, durante a grande fome de 1932, as pessoas também tivera de comer familiares para conseguir sobreviver. Para assistir Além do já citado "Vivos", outros filmes que retratam o canibalismo, na sua pior forma, são os do do serial killer Hannibal Lecter, personagem criado pelo jornalista Thomas Harris. A história de Sweetney Todd na versão de Tim Burton (filme de 2007) também mostra a temática, porém de maneira mais "suave". |