A macabra história real dos caçadores de cabeças |
Matéria de minha autoria publicada em 23 de novembro de 2017 no site da Obvious Mag.
Link direto: http://obviousmag.org/graziele_lima/2017/a-macabra-historia-real-dos-cacadores-de-cabecas.html |
Muitos povos caçavam cabeças dos seus inimigos e as guardavam como se fossem troféus. Nesse texto, reúno algumas dessas histórias, que, embora pareçam ficção de terror, são reais.
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Os astecas comiam os corpos dos seus inimigos que haviam sido abatidos em guerras como já contei nesse texto sobre As Atrocidades do Canibalismo Humano. Já sabemos que as práticas antigas de guerras podiam ser bem cruéis. Existiram também grupos que, no lugar de canibalizarem os inimigos, caçavam e cortavam as cabeças de seus adversários mortos, desfilando com elas expostas pelas ruas. Para a tribo dos Konyak, habitantes do Estado de Nagaland, situado no nordeste da Índia, esse ritual era tido como uma passagem da infância para a fase adulta. A partir de 1940, a prática foi proibida, o que não impediu alguns de continuarem com esse macabro ritual. O último registro de uma cabeça caçada por eles foi feito em 1969, 29 anos depois da proibição.
Mas os indianos não foram os únicos a cortarem as cabeças de seus inimigos e guardá-las. Há registros de que no Império Chinês Qin, durante o século III, soldados andavam pelas ruas com cabeças penduradas na cintura. Os Celtas também caçavam crânios e penduravam em postes pela rua, durante a Idade Média. Os mais conhecidos por essa prática era a tribo Jivaro, habitantes do Equador e do Peru. Eles encolhiam os rostos de seus inimigos para guarda-los como troféus. O processo de encolhimento era chamado de tsantsa. Faziam um corte na parte de trás do corpo, entre a nuca e a cabeça, pelo qual removiam toda a parte interna da cabeça (crânio, cérebro, etc). Então, costuravam os olhos de seus inimigos e mantinham a boca fechada perfurando-a com madeira ou espinhos. Eles acreditavam que fechando olhos e lábios da vítima, manteriam os espíritos dos inimigos mortos aprisionados para sempre, sem possibilidade de voltarem e se vingarem. Feito isso, a cabeça era mergulhada em água quente misturada com ervas que ajudavam a preservar a pele e o cabelo. As cabeças encolhiam até três vezes de tamanho. Ao terminar o cozimento, eles preenchiam o interior da pele com pedras, barro ou areia e a cabeça era novamente fechada. Para finalizar esse terrível ritual, eles ainda endureciam a cabeça, geralmente colocando-a em um forno de carvão. O resultado final conservava os principais traços do inimigo, permitindo que fossem reconhecidos mesmo com suas cabeças encolhidas e distorcidas. A quantidade de cabeças que o guerreiro carregava consigo significava o tamanho do respeito que ele impunha. Eles costumavam carrega-las presas em cintos ou em colares. Apesar do tamanho da crueldade, existiam regras na hora de caçar uma cabeça. Apenas inimigos mortos em batalhas, que tiveram uma chance justa de se defender, podiam ter seus crânios recolhidos. Não era permitido, portanto, caçar cabeças de crianças, idosos e mulheres e nem se apossar de uma cabeça de alguém que havia morrido fora de batalha. Mas as cabeças encolhidas dos Jivaro conquistaram interesse além da tribo. No século XIX, pessoas que souberam sobre as histórias das cabeças começaram a procura-las para comprar. Até mesmo durante o século XX ainda existiam compradores de cabeças. A própria tribo dos Jivaro vendia suas conquistas, por cerca de 5 dólares, para os curiosos de plantão. Até que em 1934 o comércio de cabeças foi finalmente proibido por lei no Peru. Na década de 40, foi a vez dos Estados Unidos proibir a macabra importação. Com a proibição, a infeliz prática de encolhimento passou a ser usada em animais. Bichos preguiças, cabras, porcos e macacos eram os principais alvos. A diferença das práticas entre humanos e animais é que, no caso dos bichos, eram feitas modificações para se assemelharem a cabeças humanas. Isso mesmo, era um mercado de falsificação de cabeças. Atualmente, é possível encontrar réplicas de cabeças encolhidas sendo vendidas. E aí, você teria coragem de comprar uma cabeça de mentira para “enfeitar” sua casa? CURIOSIDADE MÓRBIDA Apesar do tamanho da crueldade, existiam regras na hora de caçar uma cabeça. Apenas inimigos mortos em batalhas, que tiveram uma chance justa de se defender, podiam ter seus crânios recolhidos. Não era permitido, portanto, caçar cabeças de crianças, idosos e mulheres e nem se apossar de uma cabeça de alguém que havia morrido fora de batalha. Mas as cabeças encolhidas dos Jivaro conquistaram interesse além da tribo. No século XIX, pessoas que souberam sobre as histórias das cabeças começaram a procura-las para comprar. Até mesmo durante o século XX ainda existiam compradores de cabeças. A própria tribo dos Jivaro vendia suas conquistas, por cerca de 5 dólares, para os curiosos de plantão. Até que em 1934 o comércio de cabeças foi finalmente proibido por lei no Peru. Na década de 40, foi a vez dos Estados Unidos proibir a macabra importação. Com a proibição, a infeliz prática de encolhimento passou a ser usada em animais. Bichos preguiças, cabras, porcos e macacos eram os principais alvos. A diferença das práticas entre humanos e animais é que, no caso dos bichos, eram feitas modificações para se assemelharem a cabeças humanas. Isso mesmo, era um mercado de falsificação de cabeças. Atualmente, é possível encontrar réplicas de cabeças encolhidas sendo vendidas. E aí, você teria coragem de comprar uma cabeça de mentira para “enfeitar” sua casa? CURIOSIDADE MÓRBIDA O serial killer Eddie Gein, que inspirou filmes como Psicose e O Segredo dos Inocentes, além da série Bates Motel, tinha como hobbie estudar a história dos caçadores de cabeças dos Mares do Sul, além de assuntos ligados a Segunda Guerra Mundial e anatomia humana. Algumas crianças que viviam próximas a ele e visitaram sua casa afirmaram que viram cabeças encolhidas penduradas no quarto de Gein. Ed afirmou que os artefatos eram relíquias da Segunda Guerra Mundial, enviadas para ele por um primo que havia servido à guerra nos Mares do Sul. |